Já aqui falámos de Eduardo Nery e do quanto nos deixa felizes (não foi muito, mas falámos).
Gostamos da maneira como disseca as cores e as transforma em volumes e em ritmos. Gostamos de passar em túneis e viajar no tempo, de ver as suas obras em interiores públicos e perceber que eram (e são) tão ajustadas.
No fundo achamos que é um designer perfeito e que a escolha (e resultado) da Vista Alegre é notável.
Enquanto as iniciais do tom aristocrático da VA não se transformam em VB (Visabeira, que também são das Beiras e fica tudo em casa, mais burguesia menos burguesia), tentam vir ao de cima, com as dificuldades que nunca perceberemos, mas que nos resignamos a aceitar.
Pelos vistos inauguram com Nery o Projecto Artistas Contemporâneos (é uma escolha, como outra qualquer), designação pobre para o que se espera vir a ser uma colecção rica.
A Primeira Peça (ui! até doi: a “peça”!?) é esta taça Ouro Sobre Azuis, onde Eduardo Nery aplica o seu know how de artista e designer e ainda o conhecimento que tem (e isto é ainda mais notável) da porcelana e da marca Vista Alegre.
Trabalhar com o ouro e os azuis não é por acaso.
O sentido de modernidade moderada, com que esolhe a forma e define os ornatos, também responde a um brief tácito num qualquer projecto para a mais notável marca de porcelanas portuguesa.
E ainda o jogo de anti-profundidade que propõe, ao definir uma gradação de escuro para claro, da periferia/exterior para o centro/interior.
Por tudo isto Ouro Sobre Azuis é um objecto notável e a ter (fora branco e já seria nosso).
Melhor e maior que a iniciativa pobre (em telas com mau acabamento e grafismo deficiente, que nem temos coragem de aqui mostrar) da Vista Alegre.
Um Eduardo Nery, sem dúvida.
(imagem: taça Ouro Sobre Azuis de Eduardo Nery para a Vista Alegre)
(no site da Vista Alegre falam-nos do Noddy, na secção “Novidades”, mas nem em “Contemporâneo” nem em “Edições Especiais” há qualquer referência à colecção ou à criação de Eduardo Nery; terão esgotado?)
è bem bonita sim senhor e uma perola em todo o lixo da VA.Por coincidência dei por ela precisamente no mesmo local no domingo passado.>>Chame-lhe artefacto, se não gosta da palavra peça. É um termo que tem vindo a conquistar todo um outro significado.
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caro pgfv,>ainda bem que, mais uma vez, partilhamos da mesma opinião.>mas a va, ainda assim, tem outras pérolas e uns pastiches que adoraríamos coleccionar (para além do serviço de mesa que fizemos questão de ter). se começa a inovar é um problema sério, mas acreditamos que isso resolver-se-á.>>acha que “objecto” não é suficiente?>não acha que artefacto lhe realça o carácter utilitário (em oposição ao funcional, que não tem que ser utilitário).>esta taça: iria usá-la? não usando deixaria de funcionar?>>obrigado.>cumprimentos.
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Claro que se a tivesse só a poderia usar. Assim que a vi imaginei-a cheia de tangerinas e logo depois cheia de morangos.
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ou até, quem sabe, com bacalhau de molho…
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Isso já não sei dizer. Não sei demolhar bacalhau. compro-o já sempre demolhado 😉
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não esgotou mas estará perto. não teve direito a tanta publicidade porque é uma edição especial para o clube de colecionadores da va, limitada a 500 exemplares. garantiram-me que tenho uma à espera em ílhavo.
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caro jc,>folgamos em saber que existe tal clube.>pena temos que não tenham conseguido salvar a vista alegre.>venha a visabeira…>depois chame-nos para irmos checkar o seu exemplar.
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